A música e o natal

By on dezembro 24, 2011 in MusicaMente with 0 Comments

Durante séculos, as cantigas de natal ambientam o espírito do Natal. As tradicionais melodias com múltiplas adaptações, de acordo com cada país, recordam ano após ano o nascimento de Jesus.

Antigamente em Roma, entre os cristãos eram mais populares os cantos que faziam alusão à Páscoa.  A tradição popular levou depois a que o gênero musical natalino, não só no âmbito litúrgico, alcançasse uma enorme produção e criatividade.

Em castelhano, a palavra “villancicos” deriva do termo “cantigas da vila”. Em inglês, ao contrário, são denominados “carols”, que vem do francês “caroler”, que significa bailar fazendo roda.

Na Espanha, especialmente em Castilha, os “villancicos” surgiram no século XV. Recebiam este nome pois eram cantos compostos por estribilhos cujo conteúdo não necessariamente era de caráter religioso. Três séculos mais tarde, começou a usar-se este gênero para que o povo pudesse meditar sobre alguns episódios da vida de Jesus.

Cantigas de Natal tradicionais 

A cantiga de natal mais antiga que a história da música registra se chama “Iesus Refulsit Omnium (Jesus, luz de todas as nações)”; ela data do século IV e a letra é atribuída a Santo Hilário de Poitiers.

Ouça aqui o original:

Aqui uma versão moderna:

A mais conhecida, no entanto, é “Noite Feliz”. Seu título original é “Stille nacht, heilige yach” e foi escrita, acidentalmente, pelo sacerdote austríaco “Joseph Mohr”, que ao ver que o órgão de sua paróquia não estava funcionando, decidiu escrever um canto que pudesse ser interpretado com violão na missa do galo. Foi assim, no natal de 1818 que se cantou pela primeira vez “Noite Feliz”.

Veja versão de Nathan Fake:

Na Itália, a cantiga mais conhecida é “Tu scendi delle stelle (Tu desces das estrelas)”, escrito por “Santo Alfonso Maria de Ligório”. Na França está “Il est ne le divin enfat, (Nasceu o divino menino)”.  Na Espanha os mais conhecidos são “Sinos de Belém” enquanto que na região meridional está “Os Peixes no Rio”.

Na América Latina, cada país tem suas próprias cantigas e diversas maneiras de interpretar as cantigas de natal universais. Na Argentina, está “Vamos Pastorcitos” e  “Huachito Torito”; na Venezuela,  “Mi burrito sabanero”; no Peru “Llegaran ya”, um canto aos reis magos; no Panamá “Dime niño de quién eres”. Na Colômbia, por sua vez, está “Tutaina tuturumania”; e em Honduras, “Caminando por Tegucigalpa”. São típicas do Equador as tradicionais pousadas, um canto que conta como Maria e José buscam um lugar onde o Menino Jesus pudesse nascer.

As cantigas de natal originárias de cada país não foram necessariamente escritas neles; muitas são adaptações de cantos espanhóis, como o caso de “Antón tiruriru”, muito conhecido na Colômbia, que é na realidade a adaptação da cantiga catalã “La pastora Caterina”.

No Brasil, esta tradição, além das familiares, só se tornou comercial e popular nos anos 1990, com o Cd 25 de Dezembro lançado pela cantora Simone. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, os cantores brasileiros não têm o costume de lançar, no mês de dezembro, discos com músicas de Natal.

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About the Author: É Neurocientista, Palestrante, Yoguini, Influenciadora Digital e Produtora de eventos na Círculo Produções (http://www.circuloproducoes.com). Já foi Dj, dona de loja, garçonete, assistente de cobrança, vendedora, professora de universidade, webdesigner, fotógrafa, especialista em logística de piloto e dona de Club. Ama a música, o cérebro, o universo, a ciência e escrever. .

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