A Música e o Câncer – Outubro Rosa
Em culturas diversas, o médico e o músico são representados por uma mesma imagem ou símbolo. O Imperador Amarelo, na antiga China, é considerado o fundador da Medicina e da música. Na mitologia grega, Apolo simboliza a estreita relação que existe entre a música e a Medicina. O centauro Quíron aprendeu a arte da Medicina com Apolo e tratava doenças variadas com os sons de sua lira. Na Bíblia, a música também é citada como um instrumento de cura ao descrever que a ira do rei Saul foi acalmada pela harpa do jovem Davi, tido como músico talentoso.
No tratamento contra o câncer, a música pode trazer efeitos positivos em relação ao humor, à dor e à qualidade de vida de quem se submete ao tratamento.
Um estudo que analisou os quadros de 1.891 pacientes em 30 experimentos distintos e comparou ao tratamento convencional, demonstrou que houve uma baixa significativa nos índices de ansiedade clínica.
A análise de pacientes com câncer, que recebiam esquema de medicamentos analgésicos, demonstrou redução significativa da intensidade da dor mensurada pela Escala Analógica Visual após a audição musical, isso ocorre pois a música provoca a liberação de endorfinas.
Os resultados apontam também para melhoras na qualidade de vida. Ainda foram registrados efeitos benéficos para a respiração e a circulação.
A intervenção musical no ambiente hospitalar parece resultar em um impacto positivo para os pacientes. Eles reconhecem a música como uma forma adicional de cuidado quando mencionam os efeitos que ela produz.
A música provoca o fenômeno da indução, técnica que podemos utilizar para programar a própria vida, controlar nossos ambientes ou regular nossas ações, pensamentos e emoções. Ela ajuda a reduzir o estresse e a tensão e induz ao relaxamento.
As respostas emocionais à música podem ser ocasionalmente intensas, mas frequentemente se caracterizam por sensações ou estados de humor. Ela é um “tempo” dentro do tempo ordinário, por isso é comum ouvirmos as pessoas referirem-se ao “extraordinário” da experiência que a música possibilita aos indivíduos.
Referências:
- GREGORY, A.H.; VERNEY, N. Cross cultural comparisons in the affective response to music. Psychology of Music, v. 24, p. 47-52, 1996.
- COOK, J.D. Music as an intervation in the oncology setting. Cancer Nursing, v.9, p. 23-8, 1986.
- ORTIZ, J. M. O tao da música: utilizando a música para melhorar sua vida. Trad. De Marcello Borges. São Paulo: Mandarim, 1998.
- LEÃO, Eliseth Ribeiro. Cuidar de Pessoas e Música: Uma visão multiprofissional. Yendis Editora. 2009