A trilha sonora da minha vida! Identidade Sonora – ISO
Há algumas semanas fui assistir o filme Transpotting 2 e confesso que lágrimas saíram dos meus olhos. Recordações maravilhosas de uma época muito especial.
O ano era 1996, eu tinha 16 anos e meu pai me perguntou se eu queria uma viagem ou uma festa de 15 anos. Festa?? Oi? Vestidos volumosos, gente chata reclamando e dinheiro gasto desnecessariamente. Como as pessoas podem gostar disso? Escolhi a viagem, óbvio.
Bom, posso dizer que o intercâmbio que fiz pra Inglaterra naquele ano mudou totalmente o curso da minha vida, daquelas mudanças que você sabe que não tem mais volta e o maior culpado é Born Slippy, do Underword.
Não era a primeira vez que ouvia música eletrônica (não vou entrar no mérito aqui do que é música eletrônica, mas estou falando de Techno, Trance – algo longe da EDM que conhecemos hoje). Eu já tinha ouvido Bjork e The Future Sound of London. Mas foi o contexto de tudo aquilo junto, a música, o lugar, o filme (Transpotting), a minha empolgação de estar fora de casa por tanto tempo sozinha! Porém, foi a música realmente o que pegou. Eu já tinha tido uma fase de hiphop, dance, pop, rock, mpb e confesso que tive meus momentos meio hippie, mas depois dessa musica… AFF. A música eletrônica invadiu minha alma.
Daniel Levitin fala no seu livro, A Música no seu Cérebro, que nosso gosto musical se forma na adolescência, entre os 14 e 16 anos. Já falei um pouco sobre isso aqui no blog, e pretendo escrever um post somente sobre isso, mas basicamente é a partir daí que criamos realmente uma identidade musical.
Na musicoterapia, o termo ISO (Identidade Sonora) é definido por Rolando Benezon como o acúmulo de energias formadas por sons, movimentos e silêncios que caracteriza cada ser humano e o diferencia de outro e o processo dinâmico de suas respectivas descargas. Essa dinâmica nos caracteriza, nos diferencia e recria nossa personalidade e nossa forma de ser. É um conceito psico-coporal que integra também a cultura e o ecossistema. É uma identidade multisensorial que não abarca somente o som, a música, o movimento, o silêncio, senão também os gestos, os odores, as texturas, a temperatura, e muitos outros ainda desconhecidos que fazem parte da comunicação não-verbal. É algo que está no interior, que também esta fora e que ressoa permanentemente. A parte esquecida da personalidade.
A identidade sonora não se refere somente a uma pessoa específica, pode ser definida para grupos de pessoas, ambientes e até mesmo culturas. Também não é fixa, não se limita somente a músicas, e está em constante mudança.
Um dos trabalhos mais legais que fiz quando estudava musicoterapia e que gosto muito de aplicar nos artistas com quem trabalho é o de Identificação do ISO. Apesar de ser usado mais na terapia, ele faz maravilhas para a pessoa, indo a fundo nas experiências conscientes e inconscientes de vida e ajudando a pessoa a se encontrar.
Caso queria fazer um trabalho de Identidade Sonora entre em contato comigo pelo email: mverzaro@gmail.com
Segue abaixo minha playlist ISO, enjoy:
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